Todo mundo tem sua comida favorita, seja um prato, um lanche, uma sobremesa ou qualquer outro tipo de guloseima. Geralmente essa comida favorita vem acompanhada de uma lembrança, sendo ela na infância ou não. Por exemplo, eu adoro maracujá, sempre gostei, e desde criança que minha mãe faz um pavê de maracujá, eu cresci comendo o doce, agora não sei se gosto de maracuja devido ao doce ou se gosto do pavê devido a fruta. É muito legal esse lance de misturar comida com sua história pessoal, pois ela, a comida, acaba saindo do seu papel de mero alimento, que consumimos apenas por necessidade, e acaba tendo um papel nostalgico, tal qual uma maquina do tempo ou uma foto antiga em preto e branco, assim como acontece no filme Ratatouille, quando o pequeno rato, ou mini-chef, serve para o crítico gastronômico Ego o tal prato francês (no caso o ratatouille) e o critico acaba tendo um flashback (devido a comida, e não devido a efeito colateral de certa substancia), ele lembra de sua mãe cozinhando legumes para fazer um ratatouille, e Ego ama o prato mas não devido a técnica impecável que foi usada em sua confecção ou nos ingredientes franceses de qualidade, e sim a lembrança que o prato ativou na sua memória, afinal ratatouille é um prato rústico de camponeses, nunca se imaginaria servir tal prato em um bistrô renomado, mas a grande aposta do mini-chef não foi em sabores exóticos ou em produtos inusitados cheios de “salto alto”, sua aposta foi em sabores simples, execução sem floreios e uma atmosfera “quase que caseira”. Por isso adoro comidas rústicas e sabores clássicos, simples ou elaborados, quer dizer que apesar de adorar sabores exóticos e produtos diferenciados, no final do dia sou muito mais uma lasanha da receita da vovó do que um prato cheio de requintes, tecnicas inovadoras e espumas de infinitos sabores, mas é claro que isso também tem seu valor e seu espaço.
Comeu e voltou no tempo... |